08 novembro 2010

Passado não muito distante


O texto abaixo foi escrito por uma pessoa triste, deprimida, cansada, esgotada, dolorida e maltratada pela vida.
Foi escrito por uma pessoa que enfrentava a depressão e um dos piores momentos causados pelas conseqüências da Síndrome da Fibromialgia.
Escrevi este texto em maio de 2009, datei e deixei mofando no computador até hoje quando me deparei com ele. Não sei bem por que não postei na época, talvez por ser um desabafo feito em um momento muito difícil pelo qual passei.
Descobri que estava com Fibromialgia no final de 2008 e me lembro bem deste dia. Por mais que não se pense no passado, tem certos momentos da nossa vida que não dá para apagar! Foi um tempo muito difícil, em que eu estava começando a me deparar com todos os problemas que enfrentaria dali para frente. Eu estava muito frágil, com medo, insegura e me sentindo solitária nesta luta.
Resolvi postar porque pode ser útil a alguém que esteja passando pelos mesmos problemas, também por pensar que não se deve desperdiçar algo que foi escrito e por marcar uma fase pela qual já passei.
Por falar em fase, a Fibromialgia me transformou em uma “mulher de fases” com diz aletra da musica do Raimundos.
Qualquer dia destes postarei outro texto que escrevi a respeito das fases terríveis e cômicas pelas quais passei.

Escrevi este texto no dia 07 de maio de 2009.
Hoje estou muito triste de novo. Sinto que estou definhando emocionalmente.
Sinto como se eu estivesse toda cortada porque a situação que estou vivendo está me machucando e me fazendo sofrer muito.
Não quero viver num ambiente agressivo, sem amor e sem carinho. Isso me faz lembrar da minha infância e não quero isso para mim de novo.
Lutar contra isso é muito difícil para mim, não sei como agir, não consigo ser fria e calculista para manter a calma que deveria. Acho que estou no limite!
Não tenho mais vontade de “ficar aqui”, às vezes peço para “ir embora” já que sou muito covarde para tanto.
Se eu mereço passar por tudo isso por ter feito alguma coisa, gostaria de ter a capacidade para saber onde e quando errei para poder consertar as coisas. Talvez nem o tempo me traga as respostas.
Está muito difícil!
Sei que sou muito sensível e algumas vezes para me proteger, tenho um comportamento que não condiz comigo. Quando me sinto frágil e agredida, eu me transformo e endureço como pedra, é como um tipo de proteção, uma couraça que me torna inacessível para que eu não me sinta ainda mais vulnerável.
Não quero amigos e não sinto esta necessidade, mas me sinto sozinha! Isso choca? Mas é a verdade!
Quando me sinto explorada eu me transformo em uma pessoa egoísta, talvez para me proteger, e quando isso acontece uso a frase “Cansei de ser boazinha”, tentando dizer, para mim mesma, que preciso mudar.
Vivo nesse conflito o tempo todo, algumas vezes sou boazinha demais ou egoísta demais. Gosto de ser boazinha e isso me faz bem, só que quando percebo que fui explorada ou que não recebo o mesmo como retorno, fico mal e muito chateada, então me transformo no oposto. É neste momento que sinto que estou me violentando e agindo contra minha natureza e meus princípios.
Ainda não sei quem está certo. Eu a boazinha? Ou as pessoas que cruzam o meu caminho, que não tem a menor preocupação com os outros e que não se importam com nada que esteja lhe acontecendo?
O texto acima é de minha autoria.

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